Beneficios do Leite de Ovelha e Questões Alergicas



Este não é um artigo técnico, nem tampouco científico, mas um compartilhar de estudos sobre as qualidades e benefícios do Leite de Ovelha.

Três fatores me motivam a estudar as qualidades nutricionais e efeitos na saúde que o Leite de Ovelha promove: o 1º deles é que sou criadora de ovinos de leite, o 2º é a admiração e respeito que tenho pelas ovelhas, que nos dão produtos de primeira grandeza, carne nobre e leite valioso, além de serem animais bonitos, com comportamento interessante e ancestral. O 3º motivo é um interesse pessoal em produtos nutracêuticos, aqueles que fornecem benefícios adicionais aos da alimentação, podendo reduzir o risco de doenças.

O conteúdo aqui apresentado vem de pesquisas individuais. Na sequencia deste virá uma série de artigos para tratar do tema Benefícios do Leite de Ovelha, passando pela questão das vitaminas, minerais, qualidade proteica, a questão controversa sobre gorduras, osteoporose e muito mais... Vou começar pela questão das alergias me estendendo também aos benefícios do Leite de Ovelha na produção de fermentados.

Hoje há uma epidemia de alergias e uma das alergias alimentares mais comuns está relacionada ao consumo de leite, às vezes não chega a ser uma alergia propriamente dita, mas se constitui de uma intolerância a lácteos.

Um estudo, que foi apresentado numa conferência no Reino Unido em 2010, avaliou durante 1 ano uma amostra de 206 participantes. A avaliação se deu pela aplicação de 2 questionários. Dos 206 indivíduos, 195 eram intolerantes ao leite de vaca. Os sintomas mais frequentemente observados pelos intolerantes ao leite de vaca foram: diarreia, náuseas / vómitos, dor de cabeça, irritabilidade, dor de estômago, inchaço, erupções cutâneas, congestão nasal, enxaqueca, e hiperatividade (na infância).

Notou-se que a multiplicidade e gravidade dos sintomas alérgicos produzidos por alergia/intolerância,  ao leite de vaca, foram aliviadas pela substituição simplista de leite vaca por leite de ovelha. Nos 206 participantes do estudo, a tolerância ao leite de ovelha foi quase unânime; 99% da amostra aceitaram bem o leite de ovelha, sendo que 83% o apontaram como preferido. Num outro exemplo, 73 participantes (do total de 206), todos consumindo leite de ovelha, mostraram melhora dos sintomas, 35 relataram melhora quase imediata dos sintomas de alergia e 26 relataram uma melhoria gradual dos sintomas.

Este mesmo estudo relata que mães que estavam amamentando constataram o desaparecimento de cólica em seus bebês, quase que imediatamente, após terem substituído a ingestão de leite de vaca por leite de ovelha.

Podemos concluir, pelo estudo acima, que o leite de ovelha representa um avanço significativo, como substituto ao leite de vaca em situações de alergia, juntamente com um elevado nível de aceitação.
Uma questão que causa bastante controvérsia e dúvidas está relacionada a lactose. Lactose faz mal? “Zero Lactose” faz bem a saúde? Leite de ovelha tem Lactose? Tem menos Lactose que leite de vaca? Todos os mamíferos, do morcego a baleia, produzem leite, e este contém lactose. Sabedoria da própria natureza, todo leite tem lactose, pois ela é essencial aos recém-nascidos. Como é possível então leite zero lactose? Isto só é possível em processo industrial, naturalmente o leite animal tem lactose.

Qual o problema, então, com a lactose? Também pela sabedoria da natureza as crianças são dotadas de uma enzima – lactase – que é responsável pela digestão da lactose, mas a medida que nos tornamos adultos a presença desta enzima no corpo vai diminuindo, o que varia de indivíduo para indivíduo, com o déficit de lactase, a lactose não é bem absorvida e provoca sintomas de desconforto como gases, azia, má digestão. É a intolerância a lactose. Estima-se que 25% da população brasileira sofre algum nível de intolerância à lactose.

O aumento da oferta de produtos “zero lactose” é a resposta do mercado às necessidades dos que têm problemas digestivos relacionados ao açúcar do leite.

No que diz respeito à lactose no leite de ovelha, um fato relevante a considerar é que, apesar do teor em lactose ser semelhante ao de vaca, os teores lipídicos e proteicos do leite de ovelha são consideravelmente maiores que no leite de vaca, e isto altera a relação entre os constituintes do leite de ovelha. A configuração é diferenciada, e estes constituintes trabalham do forma sinérgica fazendo com que a lactose seja mais bem tolerada, pela maioria das pessoas, do que a lactose presente no leite de vaca. Além disto o leite de ovelha é um leite naturalmente homogeneizado, seus glóbulos de gordura são pequenos propiciando maior superfície para o ataque enzimático. Como resultado o leite de ovelha é “quebrado” e digerido mais facilmente.

Também há evidências de que a lactose no leite de ovelha é mais tolerada do que a lactose dos outros leites em função dos ácidos graxos. O leite de ovelha contém uma maior proporção de ácidos graxos saturados de cadeia curta e média, isto melhora  a absorção da lactose e diminui os efeitos maléficos da intolerância.

O leite de ovelha é mais aceitável pelo sistema digestivo humano em comparação a outros leites, mas raramente ele é utilizado como bebida láctea no Brasil. Na Europa, o leite de ovelha vem sendo usado por esportistas, como bebida energética, por conta dos eletrólitos (potássio, sódio) da lactose (maior carboidrato presente), e também pela quantidade de proteínas e enzimas que permitem metabolizar o cálcio.

Em síntese, na questão das alergias causadas pela proteína do leite, a substituição do leite de vaca pelo leite de ovelha se mostrou uma opção viável e bem aceita, pelos ingleses. Na questão da intolerância (causada por deficiência em lactase), o leite de ovelha, dado à sua boa digestibilidade, é uma solução. Hoje, no Brasil, praticamente inexiste o consumo “in natura”. A demanda pelo leite de ovelha está direcionada para produção de fermentados, principalmente de queijos.
Por que leite de ovelha?

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